Rotina tem sido intensa. Além das aulas, grupo já visitou locais históricos de Dublin, como St. Patrick’s Catedral e outros locais da cultura irlandesa, agregando valor à experiência internacional
A rotina dos 20 estudantes da rede pública de São Bernardo que estão na Irlanda para um mês de intercâmbio por meio do programa Conecta, criado sob a gestão do prefeito Marcelo Lima, está longe daquela que teriam nas férias de julho.
Ao se julgar por vídeos, fotos e relatos que enviam quase que diariamente, acordar entre 6h e 6h30, se aprontar para o café da manhã no refeitório da University College Dublin e depois seguir para atividades educacionais, passeios culturais e interação com grupos de outros países não têm sido nenhum sacrifício. Muito pelo contrário. Na verdade, os jovens do Ensino Médio da cidade têm tentado aproveitar cada minuto para viver intensamente uma experiência que parecia distante de suas realidades.
A viagem que começou na tarde da última sexta-feira (4/7) com festa de despedida na EE Maristela Vieira, no Jardim Thelma, e embarque no Aeroporto de Guarulhos, por volta das 21h45, e terminou no fim da tarde de sábado, em Dublin, parece não ter cansado o grupo. Afinal, o domingo foi de passeios durante o dia e terminou com karaokê no campus da universidade, a convite de um grupo de italianos com o qual fizeram amizade no ônibus que os levou para conhecer o The Irish National Heritage Park e a cidade de Wexford, distante 146 quilômetros de Dublin, onde fica a universidade.
O compromisso com as atividades educativas começou na segunda-feira (7/7), com o primeiro dia de aula, que teve teste para avaliar o nível de conhecimento de inglês de cada um dos 20 alunos na parte da manhã e um passeio à tarde, à St. Patrick’s Catedral, que é um dos ícones de Dublin, mas também da Irlanda.
“Sobre a viagem, fiquei bem animada, estava com um pouco de medo do avião, mas fiquei super feliz que deu tudo certo, graças a Deus. Chegamos aqui (campus), conhecemos o lugar, e no dia seguinte a gente acordou, tomou café e já foi passear. Entramos num ônibus onde tinha alguns italianos, fizemos amizade, trocamos umas palavras em inglês, inglês meio bagunçado, mas estamos aqui para aprender, então é comum. Eles são muito divertidos, inclusive chamaram a gente para um karaokê, e foi muito legal, a gente cantou uma música em português e uma em inglês, que era pra gente treinar o idioma né?”, contou Jéssica da Silva sobre os primeiros dias.
O intercâmbio vai além da imersão nas aulas de inglês. A programação inclui passeios com foco na cultura irlandesa e também pontos turísticos e ruas de Dublin que não podem deixar de ser visitadas, sobretudo por quem busca conhecer novas culturas, caso dos jovens selecionados pelo inédito Programa Conecta São Bernardo, que na tarde desta quarta-feira foram à região central de Dublin.
Para conciliar o aprender com o se conectar a outros povos e culturas é preciso disposição, como disse nesta quarta-feira (9/7) Maria Bitu Soares, mãe da estudante Isabella Bitu Soares, aluna da escola Maristela Vieira, onde o prefeito Marcelo Lima também estudou. A mãe disse que fala pelo menos uma vez por dia com a filha, que faz questão de ligar para, rapidamente, contar o que fez e o que ainda vai fazer, tranquilizar a família, aplacar a saudade e dizer o quanto está feliz com a oportunidade.
“Ontem (quarta-feira, 9/7) foram conhecer a região central de Dublin, fizeram umas compras, inclusive ela me mandou mensagem de lá. Também falou que está estranhando um pouco a comida, que é mais frango, batata, carne de porco e peixe, mas como ela não come carne de porco nem peixe, para ela tem sido mais frango e batata. Ela está amando, curtindo muito, muito mesmo, e aprendendo muita coisa.”, comemorou Maria Bitu.
Ex-intercambista e monitora que recebeu o grupo no Aeroporto de Guarulhos e acompanha os alunos durante o período na Irlanda, Sara Rodrigues reforça que a rotina dos 20 estudantes tem sido bem intensa, e que sobra pouco tempo para ficar no celular trocando mensagens e enviando fotos e vídeos, inclusive para a família. Não por acaso, criou um grupo com as mães no WhatsApp para passar informações e mesmo tranquilizar quando um ou outro ‘some’ e não responde ou manda mensagens aos pais.
“Eles estão muito bem, graças a Deus, mas a rotina é muito corrida. Eles praticamente não têm tempo livre. Eles acordam, têm horário para tomar café, para chegar na escola, e lá não podem ficar com o celular. Acho que tem a pegada também de que querem viver isso aqui, viver realmente o off-line, e por isso não ficam muito online ou não respondem tanto, porque é realmente tudo muito novo e eles querem curtir cada segundo disso aqui”, finalizou Sara.