Com apoio total da Prefeitura, campeão vai representar a cidade na etapa estadual; pontapé inicial se deu com duelo entre Lavínia e Alves Dias, dono do título de 2024
Em duelo de muita emoção na Arena Orquídeas, no Alvarenga, as equipes do Lavínia e Alves Dias (atual campeão do torneio) deram o pontapé inicial à 4ª edição da Taça das Favelas. Com apoio total da Prefeitura de São Bernardo, a competição vai reunir 16 equipes ao longo de um mês e meio.
O primeiro jogo já mostrou o quanto os duelos serão disputados. A rivalidade foi até o último minuto e o apito final do juiz. Em uma revanche da semifinal da edição de 2024, o Lavínia venceu a partida por 1 a zero. A sequência da rodada será no sábado (3/5), a partir das 8h, também no Orquídeas (Estrada do Poney Club, 90).
O prefeito Marcelo Lima, esteve no campo antes do início da partida, acompanhou a execução do hino nacional e conversou com organizadores, árbitros, equipes técnicas e jogadores. “Essa é a primeira edição com total apoio da prefeitura e essa é a nossa forma de governo, das periferias ao centro. A Taça das Favelas também é cultura, resgata jovens que poderiam até estar em caminhos ruins”, citou. “A transformação acontece por meio do esporte e a gente tem que incentivar os jovens a vir para os campos de futebol da cidade”, completou.
Fran Silva, Secretário de Esportes e Lazer da cidade lembrou que a Taça das Favelas é um evento nacional que já se tornou tradicional da cidade. “São mais de 1000 pessoas envolvidas, uma competição acirrada que fomenta o esporte, dá oportunidade para jovens e crianças mostrar seu futebol, seu time, seu bairro”, explicou. “Alguns podem sair daqui para o esporte de alto rendimento, mas para todos tem a promoção de saúde, a socialização, tem o incentivo à economia local, do bairro, o esporte é completo”, concluiu.
SONHO DE GAROTO - O sonho de jogar em um grande clube - mais especificamente na Inglaterra - segue vivo no coração do jovem João Pedro Almeida Santos, 17 anos, atleta do Lavínia. Em 2024, a equipe ficou em terceiro lugar na competição, e esse ano a expectativa é conquistar a taça, e quem sabe, chamar a atenção de algum olheiro de um time profissional. “A idade já está batendo, mas ainda tenho alguma esperança”, declarou.
Se a profissionalização não vier, o plano B já é claro: fazer faculdade de Educação Física para continuar trabalhando com esporte. “Posso ser massagista, posso dar aula na minha comunidade, onde jogo desde os 7 anos, em campinhos de barro. Devolver de alguma forma tudo o que recebi”, concluiu.
Formar homens para a vida é um dos objetivos do técnico do time Lavínia, Ademir Lima. Há 30 anos atuando profissionalmente com o esporte, o ex-jogador passa para os jovens atletas os quatro pilares do futebol: físico, técnico, tático e disciplina. “Ensinamos sobre respeito aos pais, aos colegas de equipe, aos adversários. Não dá para ser profissional e nem um bom cidadão sem isso”, ensina.
Técnico do atual campeão da Taça das Favelas, o Alves Dias, professor Régis fala da importância do torneio. “A Taça das Favelas hoje é como um campeonato paulista, muito organizado e acirrado, todos querem jogar. Temos aqui vários jogadores que já estão prontos para os times profissionais”, afirmou. Mas ele também reforça que para além do treino de futebol, todos devem focar na educação. “Quem se profissionalizar, vai jogar aí 10,15 anos. O canudo ninguém tira deles”, finalizou.
TAÇA DAS FAVELAS - A Taça das Favelas é organizada e realizada pela Cufa (Central Única das Favelas), direcionada para jovens de até 17 anos moradores das favelas, mobilizando mais de 800 mil adolescentes em todo o País. Com vasto histórico nacional, proporciona oportunidade única para os jovens mostrarem seu talento diante de olheiros e clubes profissionais, podendo dar um passo importante rumo ao futebol profissional.
O presidente da Cufa de São Bernardo, Marcos Miranda, o Marcão, lembrou que o torneio acontece na cidade desde 2022. “Um campeonato que começou em 2010, no Rio de Janeiro, e hoje tem uma projeção nacional”, citou. “A gente passa um ano em contato com os jovens, com as famílias, eles precisam estar na escola, é um torneio esportivo, mas também tem a socialização, tem o incentivo à cidadania e é um evento muito importante “ concluiu.