Por meio do “Defenda-se”, projeto que presta acolhimento jurídico gratuito a vítimas, Larissa Ferrari conseguiu reverter arquivamento de inquérito policial contra o atleta francês Dimitri Payet; homem deve prestar contas à Justiça
Após orientação jurídica do Instituto Brasileiro de Atenção e Proteção Integral às Vítimas (Pró-Vítima) à Larissa Ferrari, os advogados da mulher conseguiram com que o Ministério Público (MP) do Rio de Janeiro denunciasse o francês Dimitri Payet, de 37 anos. Pesa ao jogador de futebol a acusação de violência psicológica contra a ex-companheira, com quem manteve relacionamento extraconjugal, de setembro de 2024 a março deste ano.
Por meio do “Defenda-se”, projeto do Pró-Vítima e do Instituto “Paulo Kobayashi” que presta acolhimento jurídico gratuito a vítimas, a defesa de Larissa reverteu o arquivamento do inquérito policial contra o atleta.
Após seis meses de relacionamento, Larissa, que também é advogada, registrou Boletim de Ocorrência (B.O.) contra Payet. A mulher alega que o francês a agrediu fisicamente, sexualmente e psicologicamente.
Com a nova denúncia do MP-RJ, o jogador de futebol, que teve seu vínculo com o Vasco da Gama rescindido duas semanas atrás, deverá prestar contas à Justiça.
O francês é casado há 18 anos com Ludivine Payet, com quem teve quatro filhos. A relação que mantinha com Larissa, que tem mais de 37 mil seguidores no Instagram, era extraconjugal. A advogada é natural de Santa Catarina, mas mora, atualmente, no Rio de Janeiro, onde o processo corre.
De acordo com a presidente do Pró-Vítima, a promotora de Justiça (MP-SP) Celeste Leite dos Santos, a reviravolta no caso da advogada representa, mesmo que sútil, “importante avanço no acolhimento e na proteção de mulheres no Brasil”:
“Tomamos conhecimento do caso, que, praticamente, seguia para o arquivamento, e colaboramos com a defesa da Larissa (Ferrari). A equipe técnica do projeto ‘Defenda-se’ apresentou sugestões e orientamos a vítima quanto possíveis caminhos a serem tomados, evidenciando as constantes ações que configuraram violência psicológica”.
Segundo Ana Carolina Freitas Osório, advogada do “Defenda-se” que atendeu Larissa, a expectativa é que, agora, a Justiça seja feita:
“Esperamos que, com a ação do MP do Rio de Janeiro, a Justiça reconheça os danos sofridos pela vítima (Larissa), durante um relacionamento indiscutivelmente abusivo e violento”, analisa.
De acordo com a denúncia apresentada pela promotora de Justiça (MP-RJ) Valéria Videira Costa, da 7ª Vara da Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher, Payet, agindo de forma livre, consciente e voluntária, no propósito de prejudicar e de afetar emocionalmente Larissa, causou à mulher danos psicológicos e emocionais, lançando mão de atitudes e de expressões injuriosas e degradantes.
O jogador também teria humilhado, manipulado e ridicularizado a ex-companheira:
“A vítima, por várias oportunidades, apresentou crises de ansiedade, acompanhadas de evidentes demonstrações de desequilíbrio emocional, oportunidade em que o denunciado, de forma maliciosa e manipuladora, provocava Larissa, levando-a surtos. Isso contribuiu para que a ex-companheira sucumbisse à depressão”, informa trecho da denúncia.
Às autoridades, o jogador confirmou o caso extra-conjugal com a advogada, que juntou aos autos fotografias suas com hematomas nas pernas - resultado, segundo ela, de agressões que sofreu por parte de Payet.
Para Larissa, a nova denúncia do MP-RJ, após a intervenção do Pró-Vítima, representa “esperança”:
“Quando li a decisão anterior que pedia o arquivamento, me senti vítima duas vezes. Agora, tenho muito mais fé do que medo. Agradeço ao (Instituto) Pró-Vítima, por toda assistência e a todos que me acolheram neste momento tão difícil da minha vida”.
Assessoria de Imprensa
Fiamini - Soluções Integradas em Comunicação - a serviço do Instituto Pró-Vítima e do projeto “Defenda-se”